Eu me lembro de estar sentado numa das poltronas do saguão da editora Globo, lá no Jaguaré, folheando varias revistas e pensando em qual seria mais legal de trabalhar. Eu pensava assim, se eu trabalhar no globo rural vou ter a chance de viajar todo mês, sempre pro campo, fotografando bichos que não dão trabalho nenhum, em compensação se eu trabalhar numa revista de celebridades, fazendo retratos, vou ter a chance de conhecer muita gente interessante, o que inclusive alavancaria projetos pessoais, porque eu não posso me esquecer que no fundo eu sempre vou ter essa alma de artista. Mas se eu tiver que começar na Marie Claire tudo bem, pois vai ser trabalhando que eu vou pegar experiência pra fazer as coisas que realmente me são importantes. Eu pensava desse jeito porque uma semana antes, o chefe de arte da Marie Claire foi numa exposição que eu havia montado, na Vila Madalena, e me convidou a apresentar meu portifolio na redação da revista. Antes de ser atendido eu ainda pensei, o que eu vou precisar pra fazer um ensaio de moda. Acho que quase nada. Bom, lá fui eu para a entrevista com meu portifoliozino, todo confiante. Afinal eu já havia feito as fotos pro folder de uma clinica de massagem e recebido elogios rasgados do pessoal da agencia de criação.